'Brasil é o principal fornecedor do mercado mundial de alimentos', diz Marcelo Vieira, da SRB
Reportagem: Paulo Beraldo
Foto cedida pela Sociedade Rural Brasileira
O Brasil cultiva 7,6% de suas terras agricultáveis e tem 66% de sua área coberta por vegetação nativa, dados que, de acordo com ele, deveriam ser mais conhecidos interna e externamente. Segundo Vieira, o aumento da produção de grãos e de carnes tem ocorrido em áreas em que antes eram pastagens degradadas. Ele também destaca a possibilidade de o País aumentar a produção de biocombustíveis e de bioenergia nos próximos anos.
Foto cedida pela Sociedade Rural Brasileira
SÃO PAULO - O empresário Marcelo Vieira, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), acredita que o Brasil precisa mostrar ao mundo que é o "principal fornecedor do mercado mundial de alimentos", e apresentar melhor as boas práticas ambientais do País.
"Entre todos os grandes produtores de alimentos, o Brasil é o que tem maior potencial de crescimento. Segundo a Embrapa, podemos mais que dobrar nossa produção adotando melhores padrões, na área atualmente ocupada", afirmou em entrevista ao De Olho no Campo.
Marcelo Vieira é empresário do setor rural há mais de 40 anos e está à frente da SRB desde 2017. . Foto: SRB/Reprodução |
O líder da SRB enxerga na falta de segurança um dos maiores problemas do agronegócio brasileiro. "O que você vê de produtor sendo assaltado, roubado e maltratado é demais. Tem crescido muito. Tenho quatro vizinhos em uma propriedade em Minas que foram assaltados nos últimos meses", exemplifica. Ele mesmo já foi alvo de criminosos e perdeu dezenas de sacas de café e insumos agrícolas.
"A questão da insegurança tem de ser prioridade do governo. Estamos em diálogo com o Congresso sobre isso, o assunto vai avançar", diz. Vieira sugere medidas para reduzir o comércio informal e pede mais policiamento, já que muitos roubos são "encomendados". Ele diz, ainda, que é fundamental fazer a economia crescer, já que o desemprego alimenta a insegurança e a violência.
Na conversa, defendeu investimentos para aprimorar a infraestrutura logística e reduzir os custos de transporte de cargas. "Isso reduz nossa competitividade", critica. Um estudo da Fundação Dom Cabral identificou que as empresas brasileiras gastaram 12,37% de seu faturamento bruto com logística no ano de 2017. Na China, o mesmo custo representou 10% e, nos Estados Unidos, foi equivalente a 8,5%.