Pesquisadores preparam dez novas cultivares de maracujá

Nos próximos quatro anos, cerca de dez novos materiais de maracujá deverão ser lançados pela Embrapa Cerrados. Além de cultivares comerciais mais produtivas e resistentes a doenças, a Empresa está apostando no desenvolvimento de híbridos silvestres, doces e ornamentais de maracujazeiro para diversificar as opções de agricultores, viveiristas e consumidores.

Com a melhoria dos sistemas de produção e do uso de materiais geneticamente melhorados como os ofertados pela Embrapa, o produtor de maracujá pode hoje alcançar produtividades superiores a 45 t/ha/ano – o triplo da atual média nacional, de 15 t/ha/ano. Em 2010, somente nos sete principais Estados produtores, mais de 53 mil hectares eram destinados à cultura do maracujazeiro

Até o final deste ano, duas novas cultivares de maracujazeiros ornamentais devem estar disponíveis aos produtores, juntamente com outros três híbridos ornamentais já lançados para viveiristas em 2007 e que devem ser oferecidos para venda na edição 2015 da Expoflora, em Holambra (SP), segundo  a pesquisadora Ana Paula Vaz, do Escritório de Campinas da Embrapa Produtos e Mercado (Brasília, DF).

Ela explica que a ação está sendo viabilizada por meio de parceria entre a Embrapa e viveiristas licenciados para o desenvolvimento dos produtos. "Diferentemente do que ocorre com os maracujás azedos, em que o processo de desenvolvimento se encerra com a nova cultivar, no caso dos ornamentais há ainda a etapa da apresentação do produto – para vaso, pergolado ou paisagismo – momento em que buscamos contar com a iniciativa privada."


Alternativa rentável
Fruta genuinamente brasileira, o maracujá vem se tornando uma alternativa rentável para os produtores, sobretudo familiares, e o consumidor começa a se beneficiar com a chegada de novas variedades para diferentes usos – do consumo in natura à aplicação funcional-medicinal.

A produção da fruta se intensificou no Brasil a partir dos anos 1970. O maracujazeiro é cultivado por produtores pequenos, médios e grandes de quase todas as regiões, podendo ser encontrado tanto na zona rural como na cidade. Pode ser plantado em diferentes tipos de solo, e só não se adapta a locais que sofrem geadas ou tenham solos encharcados.

Foto: Clarissa Lima Paes
Diante da crescente demanda do setor produtivo, a Empresa mantém um programa de melhoramento genético de maracujá que reúne 24 instituições e cerca de 80 pesquisadores. 

- Nossa atuação vai desde o processo de caracterização das diferentes espécies de maracujá até o desenvolvimento de novas cultivares, visando sua utilização diversificada no consumo in natura, no processamento industrial, como plantas ornamentais e funcionais-medicinais -explica Fábio Faleiro, pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) e coordenador do programa.

Mesmo sendo o maior consumidor e produtor mundial de maracujá (foram 776 mil toneladas em 2012, segundo o IBGE), o País ainda carece de cultivares de maracujazeiros azedo, doce, ornamentais e silvestres que possam ser exploradas comercialmente. Existem mais de 450 espécies de passifloras (maracujás), sendo 200 originárias do Brasil. Desse total, 70 espécies dão frutos comestíveis, e 50 delas têm potencial comercial. 

Apesar da diversidade, apenas uma espécie tem a cadeia produtiva estabelecida no País: a Passiflora edulis, maracujazeiro azedo que produz o fruto comumente encontrado no varejo. A própria Embrapa disponibiliza ao mercado híbridos dessa espécie – BRS Gigante Amarelo, BRS Ouro Vermelho, BRS Sol do Cerrado e BRS Rubi do Cerrado.

Maracujá estrelado.
Foto: Breno Lobato
Melhoramento genético
Inaugurado em 2008, o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) "Flor da Paixão" foi instalado na Embrapa Cerrados para abrigar acessos coletados na década de 1990 e híbridos interespecíficos obtidos pela polinização controlada. 

O BAG reúne uma das maiores coleções de passifloras do mundo, permitindo a conservação de cerca de 250 acessos de maracujazeiros silvestres de diferentes tipos em local livre de vírus, garantindo a conservação e a maior longevidade das espécies.

Esses recursos genéticos são utilizados como fontes de genes para o melhoramento genético do maracujazeiro – como, por exemplo, os genes de resistência a doenças, insensibilidade ao fotoperíodo, vigor, longevidade, autocompatibilidade, entre outros –, bem como porta-enxertos, no desenvolvimento de híbridos de maracujazeiro ornamental, azedo e doce, e também de materiais com potencial uso funcional, medicinal e para indústrias de cosméticos.

A partir de cruzamentos multiespecíficos, foram desenvolvidas cultivares de maracujazeiro azedo como a BRS Rubi do Cerrado, lançada em 2012. Ela agrega maior tolerância à virose, antracnose e bacteriose, características incorporadas das três espécies diferentes que a originaram. 

Outro exemplo é a BRS Pérola do Cerrado, primeira cultivar de um maracujazeiro silvestre (Passiflora setacea) da Embrapa, lançada em 2013. Obtido a partir da seleção massal e do cruzamento de acessos silvestres, o material tem quádrupla aptidão: consumo in natura (é um maracujá doce), uso pela indústria, uso ornamental e aplicação funcional.

Novidades a caminho
O trabalho de melhoramento genético não pode parar, afirmam os pesquisadores. "Além de novas cultivares de maracujazeiro doce, ornamental e funcional-medicinal, são necessárias novas cultivares de maracujazeiro azedo com maior nível de resistência a doenças, o que pode ser incorporado a partir de espécies silvestres", diz o pesquisador Nilton Junqueira, da Embrapa Cerrados.

Nesse sentido, estão em validação em áreas de produtores um híbrido de maracujá azedo com a genética de quatro maracujás silvestres resistentes a virose; e outro resultante do cruzamento da cultivar BRS Gigante Amarelo com uma espécie silvestre, que chama a atenção tanto pela tolerância a doenças como pelo maior tamanho dos frutos. Também estão em desenvolvimento três híbridos que os pesquisadores estão chamando de maracujás-fruta: maracujá-jabuticaba, maracujá-melão e maracujá-mexerica.

Um maracujá doce, a partir de acessos silvestres da espécie Passiflora alata, com previsão de lançamento de cultivar para 2018, está em fase de desenvolvimento. O pesquisador Marcelo Fideles está conduzindo os experimentos de seleção das plantas. "Os ciclos de seleção levam em conta não só a escolha de uma planta resistente a doenças, mas que possa produzir de modo a garantir lucro ao produtor", explica. A cultivar deverá ser voltada ao consumo in natura.

Na linha dos maracujás silvestres, os pesquisadores estão selecionando genótipos do maracujá Passiflora maliformis, nativo da flora sul-americana, muito resistente a pragas e doenças, para lançamento de uma cultivar. 

- Esse maracujá era muito comum nos quintais até a década de 1960, mas desapareceu com o estabelecimento do maracujá comercial. Ele ainda é cultivado comercialmente na Colômbia, Venezuela e no Caribe - observa Junqueira.

Outro trabalho em andamento é o de melhoramento genético com maracujás do grupo BRS Pérola do Cerrado, buscando aumentar o tamanho dos frutos, a produtividade e o tempo em que as flores ficam abertas para a polinização. "Já selecionamos um acesso cujas flores ficam abertas até às 10h da manhã", explica. As flores do BRS Pérola ficam abertas durante a noite, enquanto as do maracujazeiro comum se abrem à tarde.

Mudas enxertadas para controle da fusariose
Além das cultivares, também deve ser lançada, em dois anos, uma inovação relacionada ao cultivo do maracujá: a tecnologia de mudas enxertadas para controle da fusariose, morte precoce e nematoides. 

Trata-se de uma seleção da espécie Passiflora nitida que pode ser utilizada como porta-enxerto do maracujazeiro azedo comercial. "A tecnologia já foi validada no Mato Grosso pela Coopernova. Ainda estamos fazendo a validação em outras regiões", informa Fábio Faleiro.

Outra novidade que começa a ser introduzida é a tecnologia chamada "mudão", na qual as sementes são germinadas em estufa e as novas plantas são conduzidas em tutores de bambus, só deixando o ambiente controlado após 120 dias (em estufa) ou 150 dias (em telado) nas condições do Distrito Federal. Cada mudão mede entre 1,50 metro e 1,80 metro de altura, sendo muito maior que as mudas convencionais, que medem pouco mais de 25 centímetros.

Segundo Junqueira, plantar uma muda mais amadurecida favorece a resistência a pragas e doenças. "O mudão pode custar o dobro, mas a produtividade pode ser mais de duas vezes maior, principalmente em áreas com grande pressão de doenças", aponta. Outras tecnologias como o plantio em estufa, o plantio em sistema adensado e o plantio em policultivos também já vêm sendo utilizadas pelos produtores da região do DF.

Importância social e econômica
O crescente interesse dos agricultores por tecnologia fez aumentar a demanda do mercado nacional por material genético de qualidade, extrapolando a capacidade de oferta de sementes e mudas pela Embrapa. 

A saída foi o licenciamento de viveiristas para realização da etapa de multiplicação do material propagativo, em processo efetuado por meio de editais públicos, a exemplo do que há anos já se faz com culturas de grãos.

O uso de material propagativo de boa qualidade tem atraído a introdução de outros conhecimentos - como análise do solo e polinização manual - que passam a ser percebidos como igualmente importantes para manutenção dos índices de produtividade não somente na cultura do maracujazeiro. 

- Aos poucos, os agricultores vão se familiarizando e se qualificando, sendo visível a influência que a introdução de tecnologia na lavoura da fruteira tem para a propriedade rural como um todo - diz o engenheiro-agrônomo e viveirista licenciado José Rafael Silva, com décadas de experiência junto aos produtores.

Essa tendência é apontada pela análise sobre a aquisição de sementes das três primeiras cultivares de maracujá azedo da Embrapa por produtores de diferentes regiões do Brasil. O estudo realizado em 2012 pela Embrapa Produtos e Mercado em conjunto com pesquisadores da Embrapa Cerrados concluiu que o número elevado de produtores e municípios que estão utilizando as novas cultivares da Embrapa evidencia a importância social e econômica da tecnologia.

As equipes da Embrapa avaliaram a aquisição de sementes – ofertadas em envelopes de 25 gramas contendo cerca de mil sementes, o suficiente para o cultivo de um hectare – entre 2008 e 2012. 

O estudo mostrou que as regiões que mais adquiriram os pacotes de sementes das cultivares ofertadas são o Nordeste (925), seguido do Sudeste (863) e do Centro-Oeste (678), que mereceu destaque por não figurar entre as regiões tradicionalmente produtoras de maracujá.

O levantamento da Embrapa foi corroborado por dados do IBGE (2010), que indicavam a expansão da área de produção de maracujá, duplicada nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte em quatro anos (2006/2010), tendo apresentado estabilização no Sul e triplicado no Nordeste do País, região que poderá ser favorecida com a decisão da Embrapa em licenciar parceiros para a multiplicação de sementes, além de mudas, como avalia o viveirista Deocleciano Santos Lima, da empresa Viveiro Tropical (DF).

- Com as mudas acondicionadas em sacolas de 11 cm x 22 cm, temos dificuldade no transporte para regiões mais distantes, mas com as sementes será mais fácil - diz Lima. Ele prevê incremento em seus negócios junto aos produtores de regiões do Vale do São Francisco, Petrolina (PE), Juazeiro (CE) e Feira de Santana (BA).

Entre os novos parceiros incorporados à rede de licenciados para produção de mudas estão a Agrocinco (SP), a Cooperativa Agropecuária Mista Terranova (MT) e a Citro Setin Mudas, com sede em Limeira (SP). 

Segundo o representante da Citro, Daves Setin, é crescente a demanda de clientes pelos produtos BRS, além dos materiais desenvolvidos pelo Instituto Agronômico (IAC) com os quais atua há 10 anos, junto a pequenos e médios produtores. Setin espera ver a parceria para o BRS Rubi do Cerrado estendida às cultivares BRS Gigante Amarelo e BRS Sol do Cerrado.

A Ciagro é outra empresa cuja parceria com a Embrapa foi iniciada no último ano. É a responsável pelo primeiro licenciamento da fruteira da Embrapa em Rondônia. O interesse de um viveirista daquele Estado pelo licenciamento de sementes e mudas de maracujá BRS demonstra a abrangência nacional da demanda pelo produto, tanto para consumo de mesa como para a indústria de transformação.

Para o viveirista José Rafael da Silva, da Viveiros Flora Brasil (MG), o mercado para a fruta é promissor. "Teria de multiplicar por três minha produção atual para atender ao que o mercado demanda hoje", diz Silva. Ele tem uma clientela de 7,5 mil produtores e um portfólio com três cultivares da Embrapa, além de duas que ele mesmo desenvolveu e exporta para 12 países. O cenário reforça a expectativa dos viveiristas licenciados da Embrapa de fazer chegar ao mercado externo as cultivares BRS.

Para assegurar que os materiais aportem em outros países em condições vantajosas, a Embrapa Produtos e Mercado atua na administração das cultivares, desenhando uma estratégia voltada para o âmbito internacional. "Registramos demandas de países da América Central, da América do Sul e de Portugal, na Europa, para nossas cultivares de maracujazeiro BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado e BRS Rubi", informa Ana Paula Vaz.

O desafio, segundo a pesquisadora, é promover a ampliação da área plantada com cultivares BRS no Brasil e também no exterior, buscando manter em níveis elevados o valor de mercado dos produtos por meio da melhor gestão entre oferta e demanda das frutas.

Mais que nutritivo, um alimento funcional
Conectada ao trabalho de melhoramento genético, uma rede de pesquisa multidisciplinar, envolvendo mais de 100 pesquisadores de 27 instituições de pesquisa e ensino, além de extensão rural, cooperativas e produtores, a Rede Passitec - Desenvolvimento tecnológico para uso funcional das passifloras silvestres - está articulada para desenvolver produtos tecnológicos (como processadora de frutos) a partir de polpa, sementes, casca, flores e folhas. 

A rede também avalia ajustes nos sistemas de produção e gera informações sobre o uso e o aproveitamento de passifloras comerciais e silvestres para o fortalecimento da cadeia produtiva.

A coordenadora Ana Maria Costa, pesquisadora da Embrapa Cerrados, aponta o crescimento do interesse da população por alimentos funcionais, que além de nutrir, trazem benefícios a mais para a saúde. 

Ela explica que os maracujás nativos são interessantes como alimentos funcionais por serem ricos em compostos bioativos, substâncias que podem prevenir doenças como tremores, diabetes e problemas cardiovasculares, além de contribuir para a regeneração celular e no controle de obesidade.

A cultivar BRS Pérola do Cerrado, por exemplo, é um alimento funcional: a polpa é rica em antioxidantes, que atuam na prevenção de doenças degenerativas e no fortalecimento da resposta imunológica; a semente produz um óleo rico em ômega 6, importante na formação de membranas celulares e no equilíbrio do organismo; e a casca é rica em fibras. 

- Mas não basta mostrar que esses materiais são bons. É necessário saber produzi-los. Temos que gerar informações para toda a cadeia produtiva para que o consumidor possa encontrar o alimento no supermercado - diz Ana Maria, salientando a importância do estudo dos sistemas de cultivos.

De meeiros a proprietários
A aposta na cultura do maracujá tem mudado as condições de vida de produtores rurais, sobretudo os familiares. No Distrito Federal, muitos têm iniciado a lavoura com alguns pés de maracujazeiro, plantados em terras de terceiros. Com a venda dos frutos (o preço pago ao produtor pela Ceasa-DF, por exemplo, chega a R$ 2 o quilo), eles estão deixando de ser meeiros  para produzirem em terra própria.

É o caso da produtora Lucília Evangelista, de Planaltina de Goiás (GO). Pouco mais de 20 anos atrás, um vizinho lhe dera a ideia de produzir maracujá em uma área do então patrão, em Planaltina (DF). 

Ela e o marido começaram plantando 426 pés. Apesar das dificuldades iniciais, o negócio prosperou com o apoio da Embrapa, que forneceu materiais para teste e validação, e da Emater-DF, que acompanhou a produção. O uso de cultivares mais produtivas permitiu que ela obtivesse produtividades até três vezes maiores que a média brasileira.

- Com o tempo, conseguimos juntar dinheiro para comprar nossa própria terra. Tudo o que tenho veio do maracujá - diz Dona Lucília, que adquiriu o primeiro pedaço de terra em 2010. Atualmente, ela tem mais de 21 mil pés plantados em pouco mais de oito hectares, que são cuidados diariamente com a ajuda da família.

A propriedade, além de ser parceira da Embrapa para a validação a campo de materiais – lá estão plantadas as cultivares BRS Rubi do Cerrado, BRS Gigante Amarelo e BRS Pérola do Cerrado – serve de modelo e motivação para quem quer começar a cultura.

Um dos produtores que recentemente aderiram à cultura do maracujazeiro é Carlos Roberto Ribeiro, o Seu Carlinhos, que tem terras na região do Pipiripau, em Planaltina (DF). Ele iniciou o plantio de 2 mil pés em dois hectares há um ano e dois meses, tendo colhido frutos na primeira florada. "Planto verduras e hortaliças há muitos anos, e agora resolvi apostar no maracujá. Cheguei a sair daqui um dia com 140 caixas. Vendo tudo para a Ceasa-DF", conta.

Satisfeito com os primeiros resultados, Seu Carlinhos está preparando outra área de dois hectares para plantar mais maracujazeiros. Apesar de estar investindo em materiais de qualidade para montar as espaldeiras – um dos possíveis sistemas de condução das plantas – ele fala com modéstia: "Sou amador nisso ainda".

O extensionista Geraldo Magela Gontijo, gerente do escritório da Emater-DF no Núcleo Rural do Pipiripau, em Planaltina (DF), acompanha produtores rurais da região há 27 anos. Ele conta que a cultura do maracujazeiro surgiu como alternativa para incremento de renda dos agricultores, que comercializam os frutos na Ceasa-DF, em feiras e supermercados.

Nos últimos cinco anos, Magela tem observado a melhoria das condições de vida desses agricultores, muitos deles ex-meeiros como Dona Lucília, que estão adquirindo terras no Entorno do Distrito Federal. 

Isso se deu muito em função do aumento da produtividade, da melhoria da qualidade dos frutos e do melhor preço que o mercado está pagando aos produtores - explica.

Em cerca de dez anos, a produtividade média dos maracujazeiros no Pipiripau saltou de 20 toneladas/hectare/ano para 40 toneladas/hectare/ano. 

A tecnologia de produção do maracujá avançou muito nos últimos seis, sete anos. O manejo da irrigação, a polinização manual, que hoje é feita por quase todos os produtores, o espaçamento de plantas (mais adensado), tudo isso mudou bastante - lembra Magela, acrescentando que mais de 60% das 25 propriedades que acompanha utilizam híbridos da Embrapa.

Segundo o extensionista, os produtores, sobretudo os pequenos, têm buscado aumentar a área plantada de maracujazeiro. Outra tendência é o plantio em estufa – que protege as plantas do frio e das variações de temperatura –, principalmente por horticultores que já utilizam o sistema. "Eles aproveitam (as estufas) para também plantar maracujá, pois o mercado é o mesmo", diz.

Assim como toda a equipe de pesquisa da Embrapa, Fábio Faleiro não esconde a satisfação de poder contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos produtores rurais por meio da pesquisa.

- Maracujá é transformação, é geração de emprego e renda. É uma grande alegria e motivação ver a tecnologia transformando e melhorando a qualidade de vida de pessoas humildes que vivem no campo - comemora.

Fonte: Breno Lobato/Embrapa Cerrados
Foto 1 - Fábio Faleiro/Embrapa