Chegou a vez da fruticultura

Eumar Novacki

Para sairmos de quase 7% para 10% da participação brasileira no mercado internacional em 5 anos, temos que estimular o desenvolvimento de todos os setores do agro. 

A fruticultura, um dos segmentos com grande potencial de exportação, tem se destacado nos últimos anos, seja na produção in natura ou na industrialização, com frutas e néctares.

O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo, com uma produção anual de 44 milhões de toneladas e com um calendário de safra ao longo do ano todo. Mesmo só perdendo para a China e a Índia no ranking de produção de frutas, exportamos menos de 2,5% da nossa produção.

Falta-nos enfoque estratégico e maturidade na cultura exportadora para a conquista de novos mercados. Exportação significa mais renda, mais empregos, mais força na economia. Só para se ter uma ideia do atual cenário, o Peru tem um território de 1.285 milhão de quilômetros quadrados, 7 vezes menor que o Brasil, mas exporta atualmente quase 4 vezes mais, gerando U$ 2,4 bilhões em receita. Outro vizinho, o Chile, com um território um pouco maior que a Bahia exporta U$ 4 bilhões em frutas. No Brasil, as exportações de frutas geram apenas U$ 700 milhões.

Cabe ressaltar o apelo social, já que o setor é um grande gerador de empregos formais. Tomando como exemplo a produção de melões no Nordeste brasileiro, são gerados em média, um posto formal de emprego por hectare. 

Só uma área produtora em Mossoró, gera nove mil empregos diretos. Atualmente são mais de 5 milhões de empregos em áreas onde outras atividades de produção de alimentos não seriam viáveis economicamente, como na região do semiárido. Percebemos nisso uma grande oportunidade de expansão.

Com base nesses dados, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está trabalhando para consolidar o Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura (PNDF), cuja expectativa é que o Brasil possa dobrar sua produção de frutas em 5 anos e aumentar, em pelo menos 50%, o volume de exportações nos próximos 3 anos.

Vamos debater os pilares para o desenvolvimento econômico da fruticultura, passando pela edição de normativos técnicos simplificados, visando além da defesa vegetal, a desburocratização e consequente redução de custos, além de discutir pesquisa, desenvolvimento e inovação.

A adoção de alguns instrumentos de planejamento que compõe o plano tem a perspectiva de dar clareza aos caminhos a se percorrer em curto, médio e longo prazo, entre eles, um dos principais é a governança da cadeia produtiva.

Medidas que tornarão o setor mais forte, competitivo e capaz de atender os padrões mundiais de eficiência e sustentabilidade na produção de frutas

Apesar de extenso e complexo, o Plano voltado à fruticultura merece destaque na pauta do agronegócio brasileiro. Além de muito promissor para a economia, com geração de maior riqueza e ampla distribuição da renda, ele pretende estimular a mudança no hábito alimentar da população. Com isso, a tendência é termos maior qualidade de vida para as futuras gerações.

Ao governo não cabe a máxima: "se não atrapalhar já ajuda!" Além de não atrapalhar, temos a obrigação de estimular o desenvolvimento do setor. O Ministério da Agricultura vem trabalhando incansavelmente para que a locomotiva da economia brasileira, ganhe velocidade.