Substâncias extraídas da gravioleira podem combater o câncer
EMBRAPA - Uma pesquisa avaliou um método promissor para extrair e concentrar substâncias da gravioleira que contam com propriedades inseticidas, parasiticidas e anticancerígenas. São as acetogeninas anonáceas, uma classe de compostos derivados de ácidos graxos.
A Embrapa e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) acabam de concluir um estudo que pode contribuir para que, no futuro, essas substâncias cheguem às prateleiras de supermercados e farmácias. O estudo abre caminhos para que se possa transformar folhas em produtos, como suplementos alimentares ou fitoterápicos, sem que se percam os princípios ativos de interesse.
“Pesquisas têm confirmado o que o conhecimento tradicional aponta: componentes bioativos naturais presentes nas folhas, caule, casca e semente dos frutos da gravioleira apresentam comprovado efeito anticancerígeno”, diz Ingrid Vieira Machado de Moraes, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE).
Muitas empresas têm comercializado a folha da gravioleira desidratada na forma de cápsulas e sachês de chá, obtidos a partir da secagem e trituração das folhas. Por meio desse processo, os compostos bioativos presentes nas folhas, encontrados na ordem de partes por milhão, estão misturados a diversos outros compostos e suas concentrações não são determinadas.
Para o professor Flávio Schmidt, da Unicamp, estudos como esse podem gerar empreendimentos viáveis, com geração de emprego e renda. “A matéria-prima é renovável e pode gerar produtos relativamente baratos, ao alcance da população”, acredita o professor. O Brasil hoje é o maior produtor de graviola do mundo. A maior produção (85%) está na Bahia.
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Foto: Antonio Lindemberg Martins Mesquita/Embrapa