Abertura dos EUA à carne bovina in natura brasileira pode facilitar acesso a outros mercados
O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a embaixadora norte-americana no Brasil, Liliana Ayalde, trocaram as Cartas de Reconhecimento de Equivalência dos Controles de Carne Bovina, que marcam a abertura de mercado para carnes in natura entre os dois países.
A cerimônia, no Palácio do Planalto, contou com a presença do presidente em exercício, Michel Temer, e do ministro das Relações Exteriores, José Serra, além de parlamentares ligados à agropecuária e de representantes do setor produtivo.
Temer comemorou o fato de a abertura do mercado norte-americano elevar a produção na cadeia produtiva da carne bovina e, em consequência, contribuir para a geração de emprego no setor. “Um dos fundamentos da nossa Constituição é que o Estado tem que fazer o possível para manter a dignidade da pessoa humana e é disso que se fala quando o assunto é gerar empregos.”
Blairo Maggi ressaltou que o reconhecimento americano será um facilitador para o Brasil conquistar outros mercados, além do americano. “Muito mais do que a possibilidade de mandar milhares de toneladas para os Estados Unidos, é a chance de vendermos também para outros países”. O ministro disse ainda que a meta é aumentar a participação brasileira no mercado internacional de produtos agropecuários dos atuais 7% para 10%.
Já o ministro Serra lembrou que a abertura do mercado norte-americano vem sendo negociada desde 1999. “É resultado de 17 anos de esforço, levado sempre adiante pelo Mapa, Itamaraty e pelos produtores de carne.”
Cotas de importação
Pelo acordo, o Brasil poderá vender carne in natura (fresca e congelada) para os norte-americanos, e os EUA também terão direito de comercializar o produto para o mercado brasileiro. Isso porque os dois países seguiram os procedimentos de avaliação técnica independentes, concluídos no mesmo período.
Os americanos estabelecem cotas de importação para os países aptos a vender para eles. Segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Mapa, o Brasil entra agora na cota dos países da América Central, que é de 64,8 mil toneladas por ano, com tarifa de 4% ou 10% dependendo do corte da carne. Fora da cota (sem limite de quantidade), a tarifa é de 26,4 %.
Os Estados Unidos são os maiores produtores e consumidores de carne bovina in natura. O Brasil é o segundo maior produtor mundial e o maior exportador. No primeiro semestre deste ano, as vendas externas brasileiras chegaram a US$ 2,22 bilhões (ou 571,5 mil toneladas). No período, os maiores compradores foram Hong Kong (U$ 393 milhões), China (U$ 365 milhões), Egito (US$ 329 milhões), Rússia (US$ 181 milhões) e Irã (US$ 168 milhões).
Foto: Divulgação/Mapa