Embrapa vai desenvolver tecnologias em drones para uso no campo

A agricultura de precisão deve dar contribuições cada vez mais valiosas aos produtores para aumentar o rendimento das lavouras e reduzir o impacto ambiental. A avaliação foi feita pelo chefe do Serviço de Agricultura de Precisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fabrício Juntolli, ao destacar o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no desenvolvimento de tecnologias capazes de impulsionar ainda mais a atividade agrícola brasileira. Isso, acrescenta, vai tornar mais acessível, por exemplo, o uso de drones por pequenos e médios agricultores.

Uma das últimas iniciativas da Embrapa para apoiar a agricultura de precisão foi anunciada no fim do mês passado. Segundo Juntolli, a Embrapa Instrumentação, a Qualcomm Incorporated, por meio da iniciativa Qualcomm® Wireless Reach™, e o Instituto de Socioeconomia Solidária (ISES) vão colaborar para desenvolver tecnologias para drones destinados à agricultura. 

A parceria será executada por intermédio do Programa de Desenvolvimento de Tecnologias para o Uso de Drones em Agricultura de Precisão, coordenador na Unidade é o pesquisador Lúcio Jorge.

“Essa cooperação importante e deverá ter resultados significativos para o avanço do setor”, destaca Juntolli, que também é secretário da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão do Mapa. Segundo ele, o programa tem o objetivo demonstrar como essas soluções podem ser aplicadas para reduzir o impacto ambiental e aumentar a produtividade das culturas. “Essa parceria vai colaborar para a sustentabilidade e a competitividade da agropecuária brasileira.”

De acordo com a Embrapa Instrumentação, os sistemas de bordo desenvolvidos para os drones - que combinarão a expertise da Embrapa em agricultura, algoritmos de processamento de imagem ao processador Qualcomm® Snapdragon™ e avançadas tecnologias móveis - têm como missão coletar, processar, analisar e transmitir informações das lavouras em tempo real para os agricultores e agentes ambientais de todo o Brasil.

Os dados de inteligência serão usados para detectar com precisão as deficiências das culturas, ocorrência de pragas, escassez hídrica, déficit de nutrientes e danos ambientais. Estas funcionalidades permitirão que os agricultores tomem medidas precisas para, por exemplo, evitar o uso demasiado de defensivos agrícolas, excesso de fertilização, além de possibilitar a irrigação de campos secos, a fim de reduzir o impacto ambiental e ampliar a produtividade.

Após o desenvolvimento de sistemas de bordo para drones, o programa terá testes de campo com os dispositivos e uma avaliação para medir o seu impacto econômico e social. Com isso, ainda será possível comprovar que os drones podem permitir a adoção de medidas imediatas em favor do meio ambiente e negócios, reduzindo ainda a consequência negativa das mudanças climáticas.

Foto: Paulo Palma Beraldo/De Olho no Campo