Mercado do agro está aquecido para executivos

CEOs, gestores em marketing e vendas, gerentes de operações industriais, especialistas em assuntos regulatórios, logística, pesquisadores, são as áreas e funções com mais oportunidades

Ronaldo Luiz, da ComResultado - www.comresultado.com.br colaborador do De Olho no Campo

Em um momento em que o mercado de trabalho passa por um período de desaceleração, o setor do agronegócio se mantém aquecido para gestores e executivos. 

É o que afirma Joseph Sherman, diretor da Kincannon & Reed, empresa de origem norte-americana, presente no Brasil desde 2013, especializada no reposicionamento de altos executivos no agro. Segundo Sherman, a crise afeta todos os setores – e o agro não está imune a isso, mas o segmento não está mal. 

“O setor é a bola da vez para cargos de alta direção, especialmente pela elevada procura por profissionais por parte de empresas estrangeiras interessadas em investir e fazer negócio no Brasil”, diz.

De acordo com Sherman, a Kincannon vem sendo procurada por empresas de diversos países [EUA, Japão, China, Índia] para auxiliá-las na contratação de executivos. “A demanda está aquecida. São fusões, aquisições, abertura de negócios. Recentemente, estivemos envolvidos em operações em São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul nas áreas de rações, carnes, suplementação animal, cana-de-açúcar, entre outras.” 

Além disso, frisa Sherman, os negócios do agro estão se modernizando, saindo de uma administração familiar para uma mais empresarial, o que puxa a demanda por profissionais de gestão. O consultor revela que CEOs, gestores em marketing e vendas, gerentes de operações industriais, especialistas em assuntos regulatórios, logística, pesquisadores, são as áreas e funções com mais oportunidades.

Perfil
Questionado sobre qual o perfil de executivo desejado pelo mercado, Sherman enfatiza que o profissional tem que conhecer as especificidades do setor. “Se não conhece, terá que ser treinado e ter disposição para aprender as particularidades do agro”. 

Além disso, ressalta o consultor, o gestor do agro precisa ter ampla visão de negócios - não basta mais a bagagem técnica - e, impreterivelmente, falar inglês. “Os negócios hoje são globais, e achar pessoas experientes, por exemplo, na área de comércio internacional ainda é um desafio constante.”

Especificamente para os cargos de CEO/presidência, Sherman salienta que as empresas querem líderes com experiência e histórico de bons resultados financeiros, conhecimento de todas as áreas de uma companhia como vendas, marketing e finanças; capacidade de gerenciar bons times; e coragem de empreender mudanças mesmo quando tudo está bem. 

O consultor acentua que no agro, entender de clima, pragas e doenças, câmbio e preços das commodities é fundamental. “São fatores que oscilam bastante, e que o executivo deve conhecer muito bem para gerenciar os riscos", avalia.