Programa impulsiona indústrias têxteis do Centro-Oeste de Minas

A safra mineira de algodão 2015/2016, estimada em 26 mil toneladas, já tem mercado comprador garantido: as fábricas têxteis instaladas no estado, a maioria no Centro-Oeste de Minas, um dos principais polos do setor. 

O acordo de compra e venda entre cotonicultores e indústrias é assegurado pelo Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), do Governo do Estado, que prevê benefícios tanto para quem produz quando para quem compra o algodão plantado em território mineiro.

Na avaliação dos empresários, os incentivos foram decisivos na consolidação do parque industrial na região. Pelo acordo de cooperação do Proalminas, assinado pela Secretaria de Estado da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Seapa) e pelos sindicatos das empresas do setor têxtil e dos cotonicultores, as indústrias têm o compromisso de comprar a cota do algodão cultivado em Minas e os produtores, por sua vez, devem fornecer o produto com certificado de origem e qualidade emitido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Segundo a assessora técnica do Proalminas, Fabrícia Ferraz Lopes, uma das vantagens do programa é a garantia que o produtor tem de vender o algodão por preço de mercado acrescido de 7,85%, maior que o valor praticado em outros estados. Já as fábricas recebem desoneração fiscal junto à Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), por meio da isenção do ICMS, ao adquirirem o algodão dos produtores mineiros.

Compensação
“Esse incentivo compensa a perda que as indústrias têxteis têm com a compra do algodão de outros estados. Adquirir o produto aqui nos garante um crédito presumido de ICMS de 41,66 % sobre a venda de nossos produtos”, ressalta Cloves Gonçalves de Souza, diretor executivo da  Companhia Tecidos Santanense, uma das maiores indústrias do ramo em Minas Gerais.

A Santanense é uma das empresas que participam do Proalminas e já assinou contrato prévio de compra com cotonicultores de Patos de Minas, no Alto Paranaíba. O algodão vai para três unidades da indústria, duas delas localizadas no Centro-Oeste de Minas.

As fábricas Santanenses juntas empregam 2.200 funcionários, 1.800 só nas unidades de Itaúna e Pará de Minas. A produção chega a 5,25 milhões de metros de tecidos, por mês, que são comercializados no Brasil e em outros países da América Latina.

Consolidação
O assessor jurídico Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Minas Gerais (SIFTMG), Ciro Machado, considera o Proalminas um instrumento de consolidação das indústrias têxteis no Estado, principalmente as do Centro- Oeste de Minas, região que, segundo estudos da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), detém 40% da mão-de-obra do setor. 

“O parque industrial instalado em Minas equivale ao das fábricas de primeiro mundo e foi viabilizado pelo Proalminas, que permitiu às indústrias consolidar seus investimentos e aumentar a competitividade ”, destaca Ciro Machado.

O Proalminas atendeu na safra passada a 43 indústrias e 61 produtores de algodão. Segundo a assessora técnica Fábricia Ferraz Lopes, "se não fosse o Proalminas, o incentivo e a organização da cadeia produtiva não seria viável no Estado".

Com a isenção fiscal garantida pelo programa, parte dos recursos é destinada ao Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura em Minas Gerais (Algominas), responsável pelos investimentos em tecnologia de produção e consequente melhoria da qualidade do algodão.

Renda e emprego
Uma cadeia produtiva que gera recursos e mão-de-obra. Dados da Fiemg mostram que o segmento têxtil, incluindo fiação, tecelagem e malharia, movimenta cerca de R$ 4,2 bilhões por ano em Minas. Só as empresas associadas ao SIFTMG geram mais de 20 mil empregos diretos e 40,4 mil indiretos.

Foto: Agência Minas/Divulgação