Clima quente é usado como diferencial em plantio de uva no Vale do Jequitinhonha

O cultivo da uva começa a se tornar boa alternativa de renda para os agricultores familiares de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha. A cultura já ocupa aproximadamente nove hectares no município, sendo cinco em produção e outros quatro em formação.

Atualmente, dez famílias da região contam, com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). A maioria é da comunidade rural Ponte do Funil, onde o agricultor Odair Ferreira de Quadros iniciou o plantio de uvas com a experiência adquirida em lavouras do estado de São Paulo.

Na última safra, a produção de uva niágara branca e rosada chegou a 70 toneladas, que resultaram em faturamento de R$ 280 mil. A diversificação na agricultura local tem melhorado a qualidade de vida dos produtores, que podem obter renda maior, e também aumenta a oferta de alimentos mais saudáveis para os consumidores.

O agricultor Odair recebeu a assessoria técnica da Emater para fazer o projeto de plantio de uva. “Com a ajuda, consegui financiamento de R$ 4 mil por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do governo federal para plantar em meio hectare de terra”, comenta.

De acordo com o coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, a produção de uvas é uma atividade promissora para a região do Jequitinhonha.

“O produtor tem que saber quais ramos podar e fazer corretamente o raleio de frutos para estimular a produtividade. E a adubação também precisa de cuidados intensivos. Assim se pode conseguir um bom padrão dos frutos”, ensina.

Calor e solo profundo

O clima tropical da região é beneficiado por algumas características do município, localizado a cerca de 670 metros de altitude, em relação ao nível do mar: Os solos profundos também são favoráveis para a fixação das raízes das videiras

A alternância de estações quentes e frias bem definidas é também um fator positivo para a produtividade da videira na região, pois o calor logo após o período frio estimula a quebra da dormência, fenômeno que contribui para aumentar a brotação de frutos.

Fruticultura na região
Além da uva, as características de clima e solo de Turmalina favorecem também a produção de outras frutas. A banana é a mais popular: ocupa 26 hectares e os 110 agricultores que se dedicam à atividade conseguem rendimento de 288 toneladas por ano.

A laranja ocupa 10 hectares e gera produção anual de 120 toneladas. Área semelhante é ocupada com plantio de abacaxi, que produz 50 mil frutos por ano. O maracujá é plantado em 2,5 hectares, com rendimento de 20 toneladas anuais.

Qualificação
O coordenador de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, fará palestra sobre Potencialidades, Desafios e Estratégias da Fruticultura, durante o 2º Seminário de Fruticultura de Capelinha e Região, no dia 18 de junho.

O evento será realizado das 8h às 16h, no Galpão Cultural do Parque de Exposições de Capelinha, e integra o Circuito FrutificaMinas, iniciativa da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Sobre a Emater local
O escritório da Emater-MG no município atende 650 agricultores familiares por ano, nas áreas de fruticultura e nas atividades rurais mais tradicionais da região do Vale do Jequitinhonha, como bovinocultura de corte e de leite e lavouras de subsistência, além da silvicultura (produção de madeira e carvão).

Foto: Divulgação/Emater-MG