Irrigação é responsável por 72% do consumo de água no Brasil

De acordo com o último relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA), a irrigação é a atividade responsável por 72% do consumo de água no Brasil. 

Levando em conta a importância do setor para o consumo do recurso, a ANA e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) concluíram o Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil – Ano 2013. 

O primeiro estudo em escala nacional sobre o tema identificou aproximadamente 18 mil pivôs centrais ocupando uma área de 1,18 milhão de hectares – área que representa um aumento de 32% em relação ao Censo Agropecuário de 2006. 

Segundo o trabalho, quatro estados concentram quase 80% da área ocupada por pivôs centrais no País: Minas Gerais (31%), Goiás (18%), Bahia (16%) e São Paulo (14%). Estes estados contribuem para uma concentração de uso de pivôs nas bacias dos rios São Francisco, Paranaíba, Grande e Paranapanema – cerca de 350 mil, 300 mil, 100 mil e 90 mil hectares respectivamente. 

Estas regiões ficam em áreas densamente povoadas e com alto índice de industrialização, o que resulta num maior consumo de água. Considerando regiões hidrográficas, a do Paraná concentra quase 530 mil hectares (nela estão as bacias do Paranaíba, Grande e Paranapanema) e a do São Francisco acumula 350 mil ha. 

O estudo foi realizado pela ANA e pela Embrapa Milho e Sorgo (MG), levando em consideração a crescente expansão da agricultura irrigada no Brasil, os conflitos pelo uso da água, a carência de dados atualizados sobre as áreas irrigadas e a necessidade de planejamento e ordenamento da atividade em bases econômicas e ambientais sustentáveis. 

A técnica de pivô foi escolhida como objeto do levantamento por ser o método de maior expansão no País nos últimos anos. 

A parceria entre as duas instituições vai até o fim deste ano e está sendo realizado o levantamento referente a 2014. Assim será possível fazer um comparativo quantitativo dos pivôs a curto prazo, entre 2013 e 2014. 

Com os resultados, os principais polos de expansão da irrigação poderão ser monitorados mais amplamente e o restante do País poderá ser monitorado com periodicidade bienal ou trienal.

Com o levantamento, que utilizou imagens de satélites e a análise delas, é possível aperfeiçoar as estimativas de demandas da água e os dados podem ser utilizados na elaboração de planos de recursos hídricos, em estudos de bacias críticas e em publicações, como o relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. 

A partir do cruzamento das bases de dados referentes à agricultura irrigada com as bases de bacias hidrográficas (da ANA) e de municípios (do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os gestores públicos poderão ter informações para gestão do uso da água na irrigação e a avaliação da safra agrícola. 

Outra possibilidade para utilização dos dados obtidos pelo estudo é o cruzamento com cadastros e outorgas de recursos hídricos, apontando o nível de regularização nas sub-bacias. Assim, é possível planejar campanhas de regularização e fiscalização de usuários de água.

Fonte: Agência Nacional de Águas
Foto: Waldir Aparecido Marouelli/Embrapa