Produtor paulista terá acesso a novas variedades de batata orgânica no 2° semestre
A partir do segundo semestre, o produtor paulista terá à sua disposição batatas-sementes orgânicas de cinco variedades – Ibituaçu, Araci, Araci Ruiva, Itararé e Vitória -, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC) em conjunto com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
A segurança fitossanitária é a grande vantagem apresentada por estas novas cultivares, que resultará em menores custos de produção.
De acordo com Sebastião Wilson Tivelli, pesquisador da APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, as batatas-sementes foram limpas de vírus e, consequentemente, os produtores terão acesso a sementes em excelente estado fitossanitário.
“Outra vantagem é que, atualmente, os produtores de batata costumam importar materiais convencionais da Europa. A iniciativa da APTA ajuda na redução de custos e na diminuição da dependência externa de sementes. Os produtores de orgânicos, atualmente, utilizam sementes oriundas de cultivos convencionais”, informa Tivelli.
A APTA, por meio da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Itararé (UPD), é a única instituição brasileira certificada e cadastrada para a produção de batatas-sementes orgânicas. A certificação pelo IBD Certificações e o cadastro no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) foram feitos em 2014.
As novas cultivares são 35% mais produtivas do que as batatas importadas. Nas avaliações em diferentes regiões do Estado de São Paulo, a produtividade média foi de 30 toneladas por hectare, enquanto que as importadas – Ágata e Asterix – produziram cerca de 20 t/ha.
Resistência
Os materiais do IAC têm moderada resistência a doenças foliares, o que pode reduzir em quase 20% o uso de agrotóxicos. Além disso, são menos exigentes no que diz respeito à fertilização em relação as cultivares estrangeiras, que dominam o mercado nacional. Por terem essas características, os pesquisadores identificaram o potencial para cultivo em sistema orgânico.
A produção inicial será de 360 mil quilos de batatas-sementes orgânicas, das variedades Ibituaçu, Araci, Araci Ruiva, Itararé e Vitória, todas com excelente qualidade culinária e ideais para a preparação de chips e purê, além da variedade Baraka. A unidade da APTA produzirá ainda batata semente convencional dos materiais Ágata e Asterix.
“Esses 360 mil quilos de sementes serão usadas para a produção de 180 a 225 hectares de batata, em todas as regiões brasileiras. As sementes estarão disponíveis em 2015”, garante Tivelli.
Para a certificação de 50 hectares da Unidade de Pesquisa da APTA foram investidos, aproximadamente, R$ 400 mil, em aquisição de equipamentos e implementos. A UPD de Itararé é pioneira na produção de batatas-sementes orgânicas para disponibilização a produtores rurais.
Vantagem
A principal vantagem da certificação, produção e desmobilização dos materiais está em atender à Legislação Orgânica Brasileira, que exige dos produtores o uso de sementes e mudas produzidas em sistemas orgânicos.
“A partir do momento que estivermos produzindo as sementes orgânicas e estas entrarem para a lista positiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção orgânica de batata terá que usar tais sementes para serem consideradas orgânicas”, explica Tivelli.
Além das batatas-sementes, a unidade poderá produzir sementes orgânicas de adubos verdes, milho e cebola.
Fonte: Equipe SNA/SP
Foto: Embrapa Hortaliças/Divulgação