Pesquisa brasileira confirma benefício econômico e ambiental do sistema plantio direto

Os resultados de 30 anos de pesquisa sobre dois sistemas de manejo utilizados no Brasil estão disponíveis na publicação Sistemas de preparo do solo: trinta anos de pesquisas na Embrapa Soja, lançada durante a abertura da Reunião de Pesquisa de Soja, realizada dias 14 e 15 de agosto, em Londrina (PR). 

Nos anos 1970 e 80, os agricultores brasileiros majoritariamente adotavam o sistema convencional de preparo de solo - que é caracterizado por intenso revolvimento do solo - o que favorecia a erosão. 

No Paraná, por exemplo, a perda média de solo por erosão em áreas manejadas sob sistema convencional era estimada em quase 20 toneladas por hectare ao ano. 

- O solo erodido de áreas de lavoura acumula-se nos mananciais superficiais de água, assoreando-os. A água e o solo perdidos por erosão carregam consigo nutrientes que, além de resultar em prejuízos financeiros ao produtor, constituem-se em importantes poluentes da água - explica o pesquisador Henrique Debiasi.

O sistema plantio direto, por outro lado, mostra-se ambientalmente mais sustentável. Atualmente estima-se ser adotado em 75% da área ocupada por lavouras anuais de grãos no Brasil. A tecnologia é baseada na implantação das culturas sem preparo prévio do solo, sobre os restos culturais da lavoura anterior. 

O sistema também prevê a cobertura permanente do solo e na diversificação de culturas. Por isso, o plantio direto tem proporcionado maior conservação do solo e da água, manutenção da biodiversidade do solo, aumentado a produtividade das culturas e facilitado os processos de semeadura e de tratos culturais.

Na safra passada, o Brasil produziu aproximadamente 85 milhões de toneladas de soja em 27 milhões de hectares. O que significa dizer que a produtividade brasileira dobrou nos últimos 40 anos, saltando de 1.500 kg/ha (década de 1970) para 3 mil kg/ha (safra 2012/2013). Este salto produtivo se deve a um conjunto de tecnologias que envolve, por exemplo, o desenvolvimento de cultivares adaptadas e também o manejo e conservação do solo.

Fonte: Lebna Landgraf/Embrapa SojaFoto: Embrapa/Divulgação