Entrevista com o jornalista Dal Marcondes, fundador da Agência Envolverde
Paulo Palma Beraldo
O entrevistado de hoje é o jornalista Adalberto Marcondes, fundador da Agência Envolverde.
Criada em 1995, a Envolverde produz conteúdo com foco em meio ambiente, economia e temas relativos à sustentabilidade.
Como o De Olho no Campo que agropecuária e sustentabilidade não podem caminhar separadas, Dal é o entrevistado hoje.
O senhor trabalhou cobrindo a área de economia por vários anos em importantes meios de comunicação. Como foi a ideia de criar o seu próprio empreendimento e, especificamente, na área se jornalismo ambiental?
O entrevistado de hoje é o jornalista Adalberto Marcondes, fundador da Agência Envolverde.
Criada em 1995, a Envolverde produz conteúdo com foco em meio ambiente, economia e temas relativos à sustentabilidade.
Como o De Olho no Campo que agropecuária e sustentabilidade não podem caminhar separadas, Dal é o entrevistado hoje.
O senhor trabalhou cobrindo a área de economia por vários anos em importantes meios de comunicação. Como foi a ideia de criar o seu próprio empreendimento e, especificamente, na área se jornalismo ambiental?
Nos anos 1990 a área ambiental ainda não tinha uma cobertura profissional por parte da mídia. As poucas notícias eram principalmente relacionadas a acidentes ambientais provocados por derramamento de produtos químicos ou petróleo.
A partir da Rio 92 alguns jornais começaram a dar algum espaço para notícias mais focada em gestão ambiental e de recursos como água ou florestas, mas muito pouco. E, 1995 fui procurado por um diretor da agência Inter Press Service (IPS) que estava fazendo um periódico para o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Projeto terramérica, e que precisava de um editor no Brasil.
Foi a deixa para eu começar a trabalhar efetivamente com pautas ambientais e de sustentabilidade. Daí a largar o jornalismo tradicional e empreender com a criação da Envolverde foi um passo.
A partir da Rio 92 alguns jornais começaram a dar algum espaço para notícias mais focada em gestão ambiental e de recursos como água ou florestas, mas muito pouco. E, 1995 fui procurado por um diretor da agência Inter Press Service (IPS) que estava fazendo um periódico para o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Projeto terramérica, e que precisava de um editor no Brasil.
Foi a deixa para eu começar a trabalhar efetivamente com pautas ambientais e de sustentabilidade. Daí a largar o jornalismo tradicional e empreender com a criação da Envolverde foi um passo.
O senhor acredita que os brasileiros estão suficientemente informados sobre a importância das questões ambientais?
Não dá para generalizar nisso. tem muita gente que está informada e tem muita gente que tem informação disponível mas não se interessa. Claro, há também aqueles que não são diretamente informados, mas hoje, na era da internet e da conexão total não dá para dizer que não se tem informações disponíveis.
Hoje há muita informação sendo oferecida por todos os meios de comunicação, desde a televisão, através de seus telejornais e programas documentários, principalmente em canais a cabo, até jornais, revistas e sites que trabalham cotidianamente com pautas ambientais.
Só não está informado quem realmente não quer saber, não se interessa e não quer mudar seu comportamento.
Hoje há muita informação sendo oferecida por todos os meios de comunicação, desde a televisão, através de seus telejornais e programas documentários, principalmente em canais a cabo, até jornais, revistas e sites que trabalham cotidianamente com pautas ambientais.
Só não está informado quem realmente não quer saber, não se interessa e não quer mudar seu comportamento.
Nos últimos 20 anos, a área ambiental tem crescido e ganhado cada vez mais espaço na mídia e, consequentemente, nos debates públicos e conversas. O que fazer para ampliar cada vez mais essa abrangência?
Acho que já estamos no bom caminho. É só não parar de produzir cada vez mais conteúdos que levem informações relevantes para o público. E, também, aprofundar cada vez mais esses conteúdos através de uma abordagem mais qualificada e de fontes mais bem preparadas para oferecer informações.
Existem empresas que utilizam a ideia de sustentabilidade e o chamado 'marketing verde' com objetivos oportunistas, pregando uma coisa e praticando outra. Qual sua opinião sobre este assunto?
As empresas que ainda se utilizam dos conceitos de sustentabilidade apenas como marketing estão com seus dias contados, porque a sociedade não está mais disposta a comprar ´s publicidade. Há muitas empresas sérias oferecendo produtos realmente melhor trabalhados em relação a seus impactos ambientais.
Um dos principais desafios da nossa geração é conciliar preservação ambiental com produção de energia, alimentos e combustíveis. Na sua visão, quais os melhores exemplos que unem essas duas características?
Esse é um tema espinhoso, há muito a ser feito em relação a harmonizar produção de energia e alimentos e seus impactos ambientais. Há empresas que buscam selos e certificações de qualidade e excelência e que podem ser consideradas exemplos.
Mas ainda estamos em uma fase de transição, as empresas que atuam de forma responsável estão ainda tateando novos caminhos e já não são o que eram anos atrás, mas ainda não chegaram ao que querem ser.
Mas ainda estamos em uma fase de transição, as empresas que atuam de forma responsável estão ainda tateando novos caminhos e já não são o que eram anos atrás, mas ainda não chegaram ao que querem ser.
Qual sua opinião sobre a atuação do governo brasileiro e suas decisões em relação aos temas ambientais? Que tipo de políticas o governo pode criar para auxiliar a conservação do meio ambiente na agricultura?
O governo tem avançado em temas importantes como o desmatamento da Amazônia, hoje temos instrumentos de monitoramento muito bons e que permitem acompanhar em tempo real as ações de desmatadores.
No entanto há problemas quando se trata de conflitos entre interesses ambientais e desenvolvimentistas, como o caso das usinas hidrelétricas na Amazônia.
No entanto há problemas quando se trata de conflitos entre interesses ambientais e desenvolvimentistas, como o caso das usinas hidrelétricas na Amazônia.
Houve os debates em torno das mudanças no Código Florestal e o tema foi tratado de forma muito mais política do que técnica por todos os lados envolvidos, o governo não exerceu seu papel de mediador nessa questão.
Creio que precisamos ser mais técnicos e ter mais pesquisas sobre temas ambientais e tirar os debates do campo simplesmente dos interesses setoriais e políticos.
Creio que precisamos ser mais técnicos e ter mais pesquisas sobre temas ambientais e tirar os debates do campo simplesmente dos interesses setoriais e políticos.
Quais os países mais avançados na defesa do meio ambiente e da produção sustentável, seja em relação a empresas, mídia, consciência popular etc? O que podemos aprender com eles?
A Europa é o continente onde as questões ambientais são levadas mais a sério. Lá as leis e as políticas ambientais são trabalhadas de forma muito objetiva. Mesmo assim há problemas, eles se utilizam de fontes energéticas problemáticas em muitos países, como a nuclear.
Na agricultura gastam muito menos insumos químicos do que os brasileiros e, de maneira geral, a preocupação dos cidadãos está mais presente no cotidiano.
Na agricultura gastam muito menos insumos químicos do que os brasileiros e, de maneira geral, a preocupação dos cidadãos está mais presente no cotidiano.