Congresso nacional de feijão começa na terça, em Londrina

Debates sobre sistemas de produção, ameaças de doenças e pragas, custos de produção, preço mínimo, mecanização, armazenagem e tecnologias disponíveis para a produção e sustentabilidade da cultura estão no foco do 11º Congresso Nacional de Pesquisa do Feijão (Conafe), que acontece de 22 a 24 deste mês, no Centro de Eventos e Exposições de Londrina (PR). 

Toda a cadeia produtiva da cultura estará contemplada em conferências, palestras e painéis que reunirão especialistas de renome nacional e internacional. Estão sendo esperados 600 participantes. A promoção é do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

Os desafios da cultura do feijão são diversificados e exigem empenho de pesquisadores e de políticas governamentais. Agricultores do Paraná, maior produtor brasileiro, por exemplo, nesta safra reivindicam medidas para reduzir a superoferta do produto, que provoca queda nos preços recebidos. 

Doenças como mofo branco, mosaico dourado e pragas como Helicoverpa armígera também representam riscos à cultura. Esses temas serão tratados no decorrer do evento, ao lado de outras importantes questões, objetos de pesquisa em várias instituições do Brasil e Exterior.

Sustentabilidade estará no centro das discussões, que começam no dia 22, às 9h30, com a palestra “A sustentabilidade dos sistemas agrícolas: uma perspectiva internacional”, a ser proferida por Wilson Hugo. Diretor de Produção e Proteção de Plantas e de Políticas de Sustentabilidade para a África da FAO (órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), Hugo vai traçar um panorama sobre como a questão é tratada pelos diversos países, a partir de dados coletados nos próprios países.

O representante da FAO também vai mostrar dados sobre evolução da produção agrícola, área por habitante, emissão de gases, uso de produtos fitossanitários e evolução da produção mundial de grãos.

O painel destinado a discussões sobre “Manejo de doenças nos sistemas produtivos” irá reunir especialistas no dia 23, a partir das 8h30. O pesquisador Luis Del Rio, da North Dakota State University, vai falar sobre o “mofo branco”, importante doença que ameaça lavouras de feijão e soja. Ele vai abordar a epidemiologia, fatores ambientais que afetam o desenvolvimento de doenças, gestão da doença por meio de agentes de controle biológico e químico, além de modelos de previsão.

O pesquisador Trazilbo José de Paula Júnior, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), falará sobre “Podridões radiculares” e Valdir Atsushi Yuki, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), encerra o painel com o tema “Mosca branca e mosaico dourado”.

Especialistas também vão fornecer subsídios para a importante discussão sobre o “Agronegócio do feijão”. Temas recorrentes no setor como preço mínimo, custo de produção, safra e oferta do produto estarão no foco do painel programado para o dia 23, a partir das 10h45. Flávio Breseghello e Alcido Elenor Wander, da Embrapa Arroz e Feijão falam sobre o “Panorama mundial do feijão”. Marcelo Eduardo Luders, da Correpar Corretora de Mercadorias, aborda o “Cenário nacional e novas oportunidades de mercado”.

OUTROS TEMAS – O 11º Conafe terá programação extensa. No primeiro dia, após a palestra inaugural, a partir das 10h45, haverá a conferência “O solo como componente dos sistemas produtivos”, a ser proferida por Ciro Rosolem, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). O tema “Cenário atual e perspectivas em FBN (Fixação Biológica de Nitrogênio) em feijão” será abordado na sequência por Tsai Siu Mui, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP).

À tarde, a partir das 14 horas, está programado o painel “Inovações tecnológicas para o aumento da rentabilidade da cultura do feijão”. O assunto será abordado em três palestras: “O feijão na integração lavoura-pecuária”, com o pesquisador Sérgio José Alves (Iapar), “Ferti-irrigação da cultura do feijão” com Durval Dourado Neto, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), e “Agricultura de precisão e produção sustentável”, com Daniel Marçal de Queiroz, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Às 16h15, haverá a palestra “Eficiência no uso de tecnologias para a mecanização da cultura do feijão”, com Afonso Peche Filho, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que será seguida de debate. O dia termina com a sessão de pôsteres.

No dia 23, após os painéis sobre “Manejo de doenças” e “Agronegócio do feijão”, as discussões prosseguem com “Desafios à sustentabilidade da cultura do feijão”. O tema será abordado a partir das 14 horas, pelo pesquisador Geraldo Papa, da Unesp, que fala sobre “Manejo e controle da helicoverpa armigera no feijão”. Agostinho Didonet, da Embrapa Arroz e Feijão, fala sobre “Agroecologia na cadeia produtiva do feijão”. A terceira palestra do painel é “Produção Integrada sustentável: ferramenta para agregação de valor”, que será proferida por Adilson Reinaldo Kososky, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O dia termina com a palestra “Herbicidas na cultura do feijão: Manejo da resistência de plantas daninhas e da fitotoxicidade na cultura”, com Pedro Jacob Cristofoletti, da Esalq, seguida de debate. Haverá ainda a sessão pôsteres. 

No dia 24, quinta-feira, a partir das 8h30, haverá o painel “Panorama e perspectivas para a produção de sementes de feijão no Brasil”, abordado em três palestras. A primeira, a cargo de José Roberto de Menezes, da Terra Alta Agropecuária, é “Principais limitações na produção e comercialização”. José da Cruz Machado, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), falará sobre a “Importância da qualidade sanitária”. O tema “Inovações tecnológicas para a produção de sementes de feijão” será tratado por Alisson Fernando Chiorato, do IAC.

“Melhoramento genético e biotecnologia” é o tema do painel programado para as 10h45. Boodo Raatz, do Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), falará sobre “Seleção genômica em espécies alimentícias: Situação atual e Perspectivas”. James Kelly, da Michigan State University, tratará de “Estratégias de melhoramento frente às demandas atuais e futuras”.

O período da tarde será destinado a duas palestras, com início às 14 horas. Nerineia Dalfollo, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), falará sobre “O feijão como alimento funcional”. Antonio Luiz Fancelli, da Esalq, vai abordar o tema “Identificando e superando limites para a produtividade do feijão”.

O Conafe também vai sediar a 27ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia produtiva do Feijão, que será realizada no dia 22, a partir das 14 horas.

CONGRESSO – O Conafe é realizado no Brasil a cada três anos. O primeiro evento para a discussão de temas relacionados à pesquisa do feijão aconteceu em Campinas (SP), em agosto de 1971, e foi denominado 1º Simpósio Brasileiro de Feijão. 

Em 1982, Goiânia (GO) sediou a 1ª Reunião Nacional de Pesquisa de Feijão (Renafe). Londrina recebeu a quarta edição, em 1993. A partir da sétima edição, em 2002, em Viçosa (MG), o evento passou a ser chamado de Congresso Nacional de Pesquisa de Feijão. 

O evento tem apoio do Londrina Convention & Visitors Bureau, Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro), Basf, Miac Máquinas Agrícolas, Selegrãos, Bayer, Syngenta e Laboratório Farroupilha.

Mais informações podem ser obtidas no endereço www.conafe2014.com.br. 

Fonte: Instituto Agronômico do Paraná (Iapar)
Foto: Divulgação