Tamanho das lavouras africanas dificulta mecanização



O tamanho das propriedades agrícolas no Norte da África é um fator de inibição da mecanização da região, segundo livro “A mecanização para o desenvolvimento rural: estudo de modelos e evolução no mundo”, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e divulgado no site das Nações Unidas.

De acordo com o estudo, também a falta de formação de operadores e agricultores na área de maquinários acaba levando a práticas de cultivo inadequadas.

Informações publicadas no livro indicam que mais de 90% das fazendas do Delta do Nilo no Egito, uma das regiões agrícolas do país árabe, têm tamanhos menores do que um hectare. Na Tunísia, a média é de 11,2 hectares, mas o número de lavouras menores que cinco hectares quase duplicou entre os anos de 1962 e 1995. O estudo ressalta, no entanto, que também há algumas fazendas altamente mecanizadas em toda a região.

A média de utilização de um trator, no Norte da África, varia de 400 a 800 horas por ano, o que é considerado uma grande intensidade de uso. O estudo da FAO informa que não há dados precisos sobre a quantidade de tratores que existem na região, mas que as estimativas indicam que entre 230 mil e 300 mil unidades. Já na África Subsaariana, a quantidade é de 220 mil tratores e no Oriente Médio é de 470 mil veículos.

O Egito, segundo o estudo, tem a maior concentração de tratores do Norte da África, com mais de 27 tratores para cada mil hectares. As outras nações da região mais têm tratores são Líbia e Argélia. O levantamento afirma que houve iniciativas de produção de tratores e equipamentos agrícolas na região, mas que elas têm diminuído nos últimos anos. Os países, porém, estão tentando atrair parcerias privadas para fabricação local de máquinas agrícolas.

Segundo consideração da FAO, a mecanização tem sido negligenciada no desenvolvimento agrícola no mundo. O organismo afirma que o uso das tecnologias e máquinas, no entanto, pode transformar a economia rural, facilitando o aumento de produção e redução do trabalho manual. 


Quando apropriada, a mecanização é capaz de proteger o meio ambiente, diz o livro. A instituição cita o uso de máquinas na agricultura como uma ferramenta importante na segurança alimentar, no desafio que o mundo tem de alimentar nove bilhões de pessoas no ano de 2050.


Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe (Anba)
Foto: Divulgação